Consumidor da Black Friday já deve pesquisar preços; edição 2019 ocorre daqui um mês

(Reprodução/Exame.abril)

Daqui a exatamente um mês, em 29 de novembro, acontecerá a edição 2019 da Black Friday, um dos dias mais aguardados pelos consumidores do País para irem às compras e aproveitarem descontos oferecidos pelos estabelecimentos comerciais que aderem à data.

Contudo, para que o consumidor não seja surpreendido e consiga o desconto esperado, deve fazer desde já preparar a lista de compras e começar a pesquisar pelos preços dos produtos desejados.

E o motivo é não ser surpreendido por eventuais mudanças de valores que podem levar à principal queixa dos consumidores nas últimas quatro edições da data de promoções: a propaganda enganosa.

No ano passado, por exemplo, 14,2% dos consumidores relataram a propaganda enganosa como primeiro lugar na lista de queixas, seguida pela divergência de valores (7,6%), que empatou com problemas para finalizar a compra (7,6%).

Nos últimos cinco anos, também houve grande percentual de relatos de problemas enfrentados por consumidores da Black Friday 2019.

PRINCIPAIS QUEIXAS

Em 2013, segundo o Reclame Aqui, que acompanha a promoção e monitora dados e o comportamento do consumidor desde 2012, problemas para acessar os sites, falta de estoque dos produtos anunciados e dificuldade para efetuar compra.

No ano seguinte, problemas técnicos para acessar sites ou finalizar compras, maquiagem de preços e sumiço de produtos do carrinho virtual listaram no topo das reclamações.

Em 2015, propaganda enganosa surgiu no ranking com 36,2% das reclamações, seguida por problemas para finalizar a compra (9,1%) e em terceiro lugar a divergência de valores (7,1%).

Já em 2016, a propaganda enganosa teve redução para 22%, divergência de valores (15,1%) e problemas para finalizar a compra (12%).

Em 2017, a Black Friday registrou 13,5% das reclamações por propaganda enganosa, 9,6% por problemas com finalização da compra e 8,8% por divergência de valores.

Segundo Felipe Paniago, diretor de operações do Reclame Aqui, a data tem dado certo, deixando aos poucos de ter a fama de “Black Fraude”. “O brasileiro já entendeu a dinâmica da Black Friday depois de algumas edições decepcionantes. Quem quer comprar pesquisa mais, arrisca menos e consegue aproveitar as ofertas”, analisou.

ESTREIA NO BRASIL

A Black Friday estreou oficialmente no Brasil em 2011. À época, começou com 8.000 reclamações, foi para 8.500 em 2013 e saltou para 12 mil em 2014. Nesse período, o consumidor reclamou principalmente de problemas técnicos, como fila nas lojas virtuais, sites que caíam e produtos que sumiam do carrinho de compra.

A partir de 2015, as lojas, mais preocupadas com a reputação, investiram para evitar esses problemas técnicos e as reclamações passaram a ser sobre as promoções. No entanto, naquele ano, o consumidor, mais desconfiado das ofertas, fez recuar o número de queixas, que caíram ainda mais em 2016, com a prática de pesquisar preços. Em 2017 e 2018, o volume de queixas voltou a subir, com maior rigor nas pesquisas e aumento das denúncias.

(Reprodução)

RECOMENDAÇÃO

O site Reclame Aqui recomenda que os consumidores pesquisem desde já, desconfiem de grandes descontos, tenham cuidado com ofertas por e-mail e busquem informações dos sites em que pretendem comprar.

Idealizador da Black Friday no Brasil e diretor do www.blackfriday.com.br, Ricardo Bove diz que é possível se cadastrar no site oficial do evento ou dos próprios varejistas, além de comparadores de preços, para acompanhar e receber ofertas e conseguir o preço mais próximo do que quer pagar.

Bove recomenda ainda acessar os sites dos varejistas e atualizar os dados cadastrais como senha e login de acesso, endereço e cartão de crédito.

Ouvido pelo G1, o advogado especialista em direito empresarial Rubens Gonçalves Leite comentou que a maior queixa dos consumidores está vinculada à política de preços.

“É importante que o consumidor preste atenção na evolução dos preços durante as semanas que antecedem a Black Friday, para mapear se realmente é um desconto válido e atrativo. Muitas empresas vão subindo aos poucos os preços até chegar em um valor alto próximo da data de promoção e, quando ela realmente chega, voltam ao preço original, ou seja, nenhum desconto foi dado”, alertou. (Com informações do G1)

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