Bandeira

Há tempos vi um vídeo emocionante, ainda que muito radical para meu gosto de mediana brasileira já vivida. Mostra cenas onde queimam nossa linda bandeira verde-amarela. Apesar de não termos em nosso imenso e lindo país catástrofes como avalanches, tsunamis, terremotos, vulcões em erupção ou simplesmente quietos à espera de se romperem em lavas, e mais coisas drásticas desse jaez, temos uma inversão de valores como nunca vista, nem imaginada.

Se não temos neve, temos bandidos, todos tapando o rosto com aquelas máscaras negras, pois, boa coisa não estão fazendo! Velhos abusando de crianças; jovens, idem; mais atenção (e exagerada!) aos pets da vida deixando crianças e velhos ao abandono; assuntos antes considerados tabus mostrados ostensivamente nas manchetes da mídia com perguntas e respostas as mais estapafúrdias ; e bandeiras…não a nossa, da cor de nossas matas, ouro e paz, mas vermelhas de sangue que, tenho muito medo, poderá verter na turbulência das situações políticas atuais.

Outro vídeo mostra uma campanha de um partido dito popular onde os ratos (do governo anterior) roem nossa linda bandeira e a levam à sua toca. E alguma coisa mudou depois de anos no poder com mazelas iguais senão piores? Nunca tinha visto um desembargador em seu habitat, com sua toga negra sempre dependurada nos ombros.

(Foto: Reprodução/Design Culture)

Tempos atrás, me vi nas tardes inteiras desperdiçadas em frente à tevê, ouvindo mais que besteirol, porquanto não se entende nada do que dizem nossos juízes na mais alta corte brasileira. Agora conheço todos eles por nome, fisionomia e voto.

Sim, pois nós, brasileiros atentos, sabemos de antemão (ou anteolhos e anteouvidos), qual será o voto de cada juiz, sua postura. Adivinhamos até o resultado final das decisões ali tomadas. Como nossa vida mudou! Era professora de Educação Moral e Cívica na década de 80. Havia um concurso muito bonito sobre nossos símbolos.

Nossa bandeira, suas cores, tons e metragem era (será que ainda é? Até biquínis fazem com ela ou seu simulacro!) bem definida pela lei que regiam nossos símbolos, n° 5.700 de 01/09/1971. Nosso hino agora tem até ritmo de samba nas rodas musicais depois que a Fafá de frente larga o cantou à capela num ritmo e tom bem intimistas. E aquela outra cantora que errou sua letra de modo deprimente frente às câmaras!!! Só um arranjo era permitido regulado pela mesma lei supracitada: a fantasia de Goldchalk. Maravilhosa!

Assisti a nossa Guiomar Novaes e, nesse ano, a Eudóxia de Barros executarem essa obra com maestria! Inesquecível! Seu tom, ritmo e andamento eram rígidos e cumpridos à risca! Sempre gostei do modo como os Estados Unidos usavam seu hino e bandeira, entoado e hasteada respectivamente, em todos os lugares, mas sempre orgulhosa e civicamente. Mas, como tudo muda, agora também vejo à frente daquele país um homem de palavras simples, bem estruturadas (golpe marqueteiro?), cheio de caras e bocas dizendo o que não deveria ser dito; fazendo o que não é correto; ameaçando, rompendo, desmentindo, escondendo…..O inglês dele até eu entendo! Tão silábico e bem pronunciado! E o menino da Coreia? Faz cada uma que parece duas! Como seu país que hoje são dois. Quanta calamidade! Quanto despropósito!

E, ainda estupefata, acabei de ver, uma coisa inédita, nas redes sociais abarrotadas de políticos de esquerda e de direita, até antes que comece o intragável programa “gratuito”, sim bem aspado, pois de grátis na política não existe nada! O partido rubro agora mudou de cor, qual camaleão! Seu candidato desistiu de escorregar no mapa para o Paraná das araucárias de outrora para as habituais consultas; suas cores voltaram a ser as lindas verde-amarelas citadas lá em cima; e até a vice está de terninho bem comportado e colar de pérolas cobrindo as tatuagens de rostos comunistas! Pode? Pode, com certeza, numa casa que não é portuguesa, com certeza!

Clineida Junqueira
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