Câmara quer saber sobre ‘viagens’ de Betti

O uso de verba da Câmara Municipal pelo vereador Fernando Betti (PDT) para abastecer seu carro particular e realizar viagens será investigado por uma Comissão de Sindicância instaurada pelo Legislativo sanjoanense, na sessão realizada na última segunda-feira (11).

A decisão dos vereadores de formar a Sindicância surgiu após denúncias de que Betti teria abastecido seu automóvel com dinheiro do Legislativo para tratar de assuntos particulares em outras cidades.

Outras acusações davam conta de que o carro oficial do Legislativo também era utilizado por ele para o mesmo fim.

Estas situações chegaram à Câmara no mês passado e, desde então, esclarecimentos foram solicitados ao edil em relação ao uso do carro e também à utilização de verba do Legislativo para abastecer seu veículo.

Como as respostas não foram dadas, na reunião desta semana, os vereadores solicitaram por meio de novos requerimentos que Betti esclarecesse os fatos. Em um dos documentos, inclusive, os edis pedem informações sobre o pagamento de troca de óleo feito pelo vereador em seu carro particular com verba do Legislativo.

APURAÇÃO

A Comissão de Sindicância, assim como explica ao O MUNICIPIO o presidente da Câmara, Gerson Araújo (PMDB), é formada por servidores do Legislativo que irão apurar o caso.

“Após apuração de provas, um relatório será encaminhado para mim e eu terei obrigação de analisar. Posso instaurar uma CPI se houver indícios ou, caso não exista, posso fechar a Sindicância”, esclareceu.

Araújo salientou, ainda, que as possíveis irregularidades cometidas por Betti chegaram à Câmara por meio de denúncias e também pelo “levantamento interno do Legislativo que analisou que poderiam existir algumas falhas”.

“Temos que ser transparentes e apurar toda esta situação. Se não investigarmos isso, quem pode ser punido sou eu e os demais vereadores”, frisou.

Procurado pela reportagem, Betti se diz tranquilo quanto à prestação de contas e afirma que não descumpriu o prazo para responder às acusações.

“Já fiz a defesa desses requerimentos e vejo de maneira desnecessária a abertura de uma Sindicância, porque todas as viagens já foram justificadas e está tudo dentro da legalidade”, alegou.

DESEJO ANTIGO

O pedido de esclarecimentos em relação ao uso do carro se arrasta desde 8 de novembro, quando os vereadores formalizaram requerimento solicitando a divulgação dos dados.

Na sessão do Legislativo seguinte à entrada do documento na Câmara Municipal, no dia 13 de novembro, os edis decidiram, além da prestação de contas, devolver o veículo à administração municipal em forma de empréstimo.

O automóvel, agora, é utilizado pelo Departamento de Educação.

 VEREADOR TERIA TENTADO ‘MANOBRA’ PARA SINDICÂNCIA NÃO SER INSTAURADA

Na sessão da última segunda-feira (11), após o Hino Nacional ser executado na Câmara Municipal, uma tentativa de ‘manobra’ teria sido tentada por Fernando Betti (PDT), assim como apurou O MUNICIPIO com outros vereadores, para que a Comissão de Sindicância não fosse instaurada.

Quando os documentos presentes no expediente do Legislativo seriam lidos, ele solicitou a suspensão dos trabalhos para uma reunião particular com todos os vereadores.

A realização da reunião pegou alguns edis de surpresa. Isso porque, por conta de na sessão terem que votar o orçamento do município para 2018, a leitura dos documentos que estavam dando entrada no Legislativo teria que ser feita em meia hora, conforme regimento interno.

Vereadores foram para a reunião alegando que estariam dando “um tiro no pé”, pois o tempo se esgotaria antes que todos os procedimentos do Legislativo fossem feitos.

O encontro em sala fechada de Betti com os demais vereadores terminou apenas quando faltavam cinco minutos para as 20h, momento em que o expediente atingiria 30 minutos e teria que ser encerrado para que a apreciação do orçamento ocorresse.

Quando iniciou a leitura dos documentos, ao perceber que já eram 20h, Fernando Betti olhou três vezes no relógio, até que perguntou ao presidente do Legislativo, Gerson Araújo (PMDB), sobre a duração do expediente.

Neste instante, ele foi informado que o tempo só é computado com a sessão em andamento e não quando ela está suspensa, assim como ocorreu a pedido de Betti.

Desta forma, os requerimentos foram lidos e a Comissão de Sindicância instaurada.

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