Mordidas em crianças precisam ser muito bem higienizadas

As mordidas de cães são lesões comuns e potencialmente graves em crianças.

“Hoje no Brasil, temos em torno de 500 mil casos notificados de acidentes com animais em seres humanos; só neste ano houve três mortes devido a raiva”, diz Marcelo Azevedo Bernardes Filho, médico pediatra e neonatologista (CRM 140422) da UPA de São João da Boa Vista.

Segundo ele, a principal complicação após uma criança sofrer ferimentos por felino, cão, morcego ou até mesmo capivara é, sem dúvida alguma, a infecção local.

“Esta pode evoluir para uma infecção bacteriana nas partes ‘moles’, em casos mais graves até mesmo uma osteomielite e infecções articulares; isso ocorre devido a saliva do animal ser muito contaminada, com inúmeras bactérias patogênicas.”, alerta o médico.

Marcelo sugere que, para minimizar essas complicações, recomenda-se sempre lavar o ferimento abundantemente com água e sabão — prática que ajuda não só na eliminação de algumas bactérias locais, mas também na profilaxia, caso o animal seja portador do vírus da raiva.

“Como o vírus é envolto por uma camada de gordura, com o uso do sabão, essa camada é eliminada e, assim, o vírus perde sua capacidade de reaplicar”, explica o pediatra.

Outro aspecto que Marcelo lembra e recomenda é não realizar a sutura do ferimento, mesmo sendo ele de grande proporção, para melhor higiene e prevenção de infecções.

“A sutura só é recomendável  — e mesmo assim é controverso -, em ferimentos onde há sangramento ativo intenso, de grande proporção, ou caso a dilaceração seja extensa e possa se aproximar das bordas”, diz ele.

O pediatra salienta ainda que toda criança, ou mesmo adulto, que sofrer qualquer tipo de acidente, seja leve ou grave por mordedura, arranhadura ou lambedura deve imediatamente procurar um serviço de saúde, para que os profissionais da área possam analisar o caso, enquadrando-o no protocolo atual.

E lembra que este protocolo atual é ditado pela vigilância epidemiológica, juntamente com o Ministério da Saúde, visando reduzir a incidência de raiva e tétano, causados por esse tipo de acidente.

Nesta reportagem, Marcelo contou com a colaboração da equipe de enfermagem da UPA, que lhe ajudou neste novo protocolo, por estar mais em contato com a vigilância epidemiológica.

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